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Inclusão e empatia: pequenas empresas se diferenciam no mercado ao atender crianças com carinho e atenção

07/10/2024



Inclusão e empatia: pequenas empresas se diferenciam no mercado ao atender crianças com carinho e atenção

Com atendimento diferenciado para crianças, pequenos negócios têm conseguido manter um crescimento sustentável e uma vantagem competitiva no mercado. É o que afirma a gerente de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae Nacional, Geórgia Nunes. De acordo com ela, ao considerar a inclusão do público infantil no modelo de negócio, é possível atender melhor às necessidades de uma base de clientes diversificada, potencializando o alcance e a aceitação do mercado.

“Empresas inclusivas conseguem se conectar melhor com os clientes, compreendendo e atendendo às suas necessidades de forma mais eficaz. Isso pode levar a uma maior satisfação do cliente e à fidelização, além de fortalecer a reputação da marca”, explica a gerente.

Para criar uma experiência positiva e segura em um ambiente não exclusivo para crianças, o empreendedor deve considerar alguns aspectos, além de mantê-las entretidas, como um ambiente livre de riscos, equipe treinada, espaço acessível e confortáveis para as crianças e seus acompanhantes, bem como sinalizações compreensíveis para todas as idades.

Brincar é coisa séria

No interior de Minas Gerais, no município de Teófilo Otoni, enquanto os pais jogam sinuca, divertem-se no boliche e aproveitam o restaurante, as crianças brincam na ampla área kids do Arena Sports Bar. O espaço aberto garante visão dos responsáveis, mas também conta com monitores. A estrutura oferece pula-pula, parede de escalada, entre outras atrações como oficinas de beleza, desenho, origami e pintura facial.

O estabelecimento foi criado, inicialmente, com foco no público infantil, que tem crescimento constante. “Sempre temos clientes novos que não conheciam o Arena e muitos vêm a partir de indicação das próprias crianças”, avalia. “Nosso objetivo é que elas fiquem longe das telas. Resgatamos brincadeiras antigas e não permitimos a entrada das crianças com celular no local. Cobramos um valor único sem limite de tempo”, esclarece.

De acordo com a gerente, a área kids também se destaca por acolher crianças autistas com uma equipe atenciosa e responsável por estimulá-los de forma adequada. “Temos um retorno muito grande de pais atípicos justamente por esse atendimento mais humanizado”, relata. “Eu mesma tenho um sobrinho que é cego e brinca muito no espaço junto com as outras crianças. Isso esquenta o nosso coração”, compartilha.

Inclusão é para todos

No Distrito Federal, na região de Águas Claras, a clínica IBA Odontologia Integrada é referência no atendimento de pacientes com necessidades especiais, de bebês a adultos. A odontopediatra Júlia Barros comanda o negócio há dois anos ao lado de uma equipe multidisciplinar. “Somos uma clínica totalmente inclusiva. Não cobramos uma consulta mais cara porque o paciente é atípico, no caso de autistas. Para mim, isso é inclusão”, reforça.

Foi durante a faculdade que ela conheceu a odontopediatra Laís Amaral, sua professora especializada em pessoas com comprometimento neurológico e comportamental. As duas iniciaram o atendimento odontológico em nível hospitalar, quando o paciente fica internado apenas para realização do procedimento. Logo depois dessa experiência, Júlia abriu a clínica e convidou Laís para trabalharem juntas.

“Nossa concorrência é muito pequena. É um oceano azul de oportunidades. São poucos profissionais que querer trabalhar nessa área”, argumenta. “No entanto, o principal é ter amor, empatia pelo outro e acolher a família. O retorno financeiro é consequência”, reflete. O estabelecimento funciona dentro de um shopping e o ambiente é amplo e com acessibilidade. Além disso, disponibiliza recursos lúdicos e sensoriais para proporcionar conforto e bem-estar dos pacientes e familiares por meio de uma odontologia sem medo e traumas.

Envolvimento e empatia

“Há 20 anos, encarei esse desafio de trabalhar com esse público que geralmente é encaminhado para atenção secundária que requer anestesia geral. Para mim, esse não é o caminho”, justifica. “Comecei a estudar, buscar informações e ouvir relatos de familiares. Com o tempo, consegui ter bons resultados com envolvimento, carinho e empatia. É uma odontologia que se importa e que pensa no que é melhor para o paciente”, conta.

Laís relata que se dedica quase exclusivamente aos pacientes com necessidades especiais, na maioria das vezes acompanhada de outro dentista e com sessões de no mínimo 1 hora. “No atendimento pediátrico de crianças neurodivergentes, não existe uma fórmula mágica. Nem sempre sentar o paciente na cadeira odontológica é sinal de sucesso. Se ele se sentar no chão e permitir que eu avalie a condição bucal daquela forma, é assim que vou proceder. Na maioria das vezes, preciso conquistar a confiança desses pacientes e dos pais também”, garante.

Fonte: Agência Sebrae

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